O POETA E OS VERSOS
12 anos que eu nasci
Não vi nada mudar
De errar nunca esqueci
Sempre quis recomeçar
Nunca esqueci de viver
Sempre quis reconhecer
Os erros que cometi
Sempre tento me esforçar
Querendo relembrar
As coisas que eu já senti.
As portas eram fechadas
Porque nenhuma eu abria
Só lembrava águas passadas
Com a minha cabeça fria
As chaves eu procurava
Da minha vida me afastava
Queria andar sozinho
Mas não sabia pensar
Nas pedras que iria pisar
Para saber o caminho.
As verdades e as mentiras
Não sabia o que era
Não sabia o que era amar
Não sabia ficar uma fera
Hoje me zango por quase tudo
Invento manias e não mudo
Apenas tento disfarçar
Quero encontrar uma pista
Do que aparece em minha vista
Que eu tento abraçar.
Se eu já fui besta eu não sei
Errar eu nunca quis
Já perdi até a conta
Das loucuras que já fiz
Os mais velhos não quis escutar
Nunca pensei antes de errar
Mas sempre quis reconhecer
Me machuco nessa vida
Mas eu curo uma ferida
A outra quero suspender.
Quando pratico uma ação
Não penso se é certo ou errado
Reconheço meus erros
Mas não quero sofrer calado
De falar não tive chance
De tudo fora do meu alcance
Falar de tudo que é coisa certa
Mesmo assim estou no clima
E o poeta segue a rima
Da poesia que me concerta.
Os anos se passaram
Enquanto eu dormia
E das coisas que eu falava
Em um minuto eu esquecia
Eu queria ser normal
Mas minha aparência atual
Faz de mim um grande poeta
Pois as rimas que eu faço
E os versos que eu passo
Fala de tudo que me afeta.
Poesia é muito fácil
E bem simples de fazer
Difícil é pensar nos versos
Que a gente quer dizer
Não é simples fazer décimas
Muitas vezes ficam péssimas
Mas depende de você
Depende muito do poeta
Da palavra que afeta
O que a gente não vê.
Sempre deve existir
Um poeta sonhador
E de um outro que chora
De alegria ou de dor
Deve existir um repentista
Que rima tudo só de vista
Poeta cantor não falta
Só depende do coração
E não da satisfação
Nem da poesia mais alta.
Um poeta e seus versos
Existe grande semelhança
Pois a poesia fala do próprio
Que das rimas não se cansa
Assim mesmo como eu
Que uma poesia já leu
Que se inspira em sua vida
Logo depois você se encaixa
E então segue sua faixa
E a décima é muito bem lida.
Mas um poeta como eu
Se inspira no que já sabe
E os versos são bem feitos
É escrito tudo que lhe cabe
Décimas é até difícil
Mas com um pouco de sacrifício
E bastante dignidade
Você acaba de terminar
E pode ler em qualquer lugar
Que seja da sociedade.
Da minha vida sei quase tudo
Dos meus sonhos não sei nada
Disfarço meus pesadelos
Para seguir minha estrada
Não consigo controlar
A vontade de falar
As palavras da minha cabeça
Nunca soube ficar calado
Mesmo assim tomo cuidado
Para que ninguém me esqueça.
Só esses versos pra explicar
O que há melhor em mim
Pra descrever conhecimentos
Que nem sequer tem fim
Só a sociedade dos poetas
Pra descobrir o que afeta
Todos os versos da vida
Posso não ser inteligente
Mas o que sai da minha mente
É uma estrofe bem seguida.
(Antonio Filho)
O QUE TEM NA SERRA
Tem revoadas de passarinhos
Inspiração da poesia
Estrada de chão, poeira
E sustento pro dia-a-dia.
Tem na serra juritis
Tem mistérios pra se estudar
Neve, chuva, água escarsa
E gente que sabe amar.
Tem poeta que se atreve
Com os querem falar
E tem ainda muitas flores
Motivos pra se lutar.
A serra tem gavião
Bem-te-vis e porco espinho
Tem beija-flor, tem borboletas
E gente que faz carinho.
Tem xixi na rede pelo frio
Criança que faz a lição
Tem jiquirí, tem pimentinha
E tem gente repleto de emoção.
Tem oração, temor a Deus
Também flecha certeira
Que atirada com paixão
Acerta qualquer coração.
Tem gente que ensina e aprende
Estuda, trabalha e produz
Tem criancinha desprovida
Adultos marrudos, cizudos...
Mas tem mulheres delicadas
Aptas de poetizar,
A violência e o amor.
Só não tem na serra
Gente pra fazer terror.
Tem a serra encantamentos
Magias, e cinderelas
Clima ameno e clima quente
Sem resquícios nem seqüelas.
Entre eu e esta serra
Há um imã da intimidade
Quando sinto a sua brisa
Lembro minha posteridade.
A serra é tão agradável!
Se conheço é porque digo
Foi nesta grande serra
Que deixei o meu umbigo.
(Antonio Hélio da Silva)
A PLUMA
Simples e calma borboleta em pouso
Que antes não foi vista em meu jardim
Já me fizestes poeta pomposo
Romântico as vezes que pousas em mim
E no afeto do abraço fraterno
No mais sutil prazer que a carne sente
Senti –me então no mais carinho eterno
Mais louco um pouco mas com sóbria mente.
(Francisco Aroldo)
LEMBRANÇAS
Como o sol no amanhecer
Surgiu você na minha vida
Enchendo de luz e graça
Minha vida entristecida
Me encantou por um bom tempo
Mas o descontentamento
Veio com sua partida.
Partiu deixando saudade
Tristeza e muita dor
No meu peito só o vazio
Por falta do seu amor
No meu corpo só frio
Na minh’alma o sombrio
Que sua ausência deixou.
Hoje aqui no meu silêncio
Vivo de tudo a lembrar
Dos nossos grandes momentos
Que nos deixamos amar
Até sinto o seu calor
Que aquecia com amor
Com carinho a me tocar.
Hoje triste com saudade
Lembrando quando chegou
Me encheu de encantamento
Me entregando com ardor
O seu bem mais precioso
O sentimento grandioso
A que chamamos de amor.
Essa lembrança alimenta
Um passado pra viver
Diferente do que dizem
Que lembrar dobra o sofrer
Acho pura ilusão
Pois nesse meu coração
Esse amor só faz crescer.
E amar não é quantidade
Amar um ou dois ou três
Pois um grande amor vivido
Pode valer muito mais que seis
Não é como Raul diz
Sei que pode ser feliz
Quem amou só uma vez.
(Demontier Peixoto)
PARANÓIA DO TEMPO
No mundo acelerado que vivemos
Há tempo pra tudo e pra todos
Tempo pra pensar e refletir
Na semente que deixou de florescer
No fruto que não amadureceu
Na esperança que o tempo sufocou
O tempo é um rio que não seca
É planta que nasce e não morre
É sonho traduzido em real
No cérebro d’uma mente racional
O tempo é pensamento displicente
Na voz d’um coração adormecido
O tempo é um pássaro que voa
E não tem compromisso pra pousar
Pra uns a ave voa lentamente
Pra outros é veloz igual o vento
Seria só vazio se a vida
Não fosse dividida pelo tempo.
(Raimundo Nonato de França)
INFÂNCIA PERDIDA
Eu vi o desencanto no rosto das crianças
Chorei pela metástase da infância perdida
Quanto mal o homem causa a vida
Multiplicação de tristezas, podas de esperanças.
Não posso calar a injúria que me oprime
O esvaziamento de brincadeiras da infância
É uma mágoa que não se redime
O bem perdido que ao caos se lança.
Ah! Se as crianças fossem mais respeitadas
Vivessem plenamente e em segurança
Pudessem sonhar com os contos de fadas.
Viver sua idade infantil no tempo presente
Poder construir seus sonhos bem mais livremente
Isentas de todo mal... Ah! Se eu pudesse!...
(Ionete Pereira)
MEU NOME NO LIVRO DA VIDA
Andando com o senhor Jesus cristo
Nosso Deus e também salvador
Temos paz amor e alegria
Obedecendo avoz do senhor
Nunca olhando jamais para trás
Isso tudo o meu Deus preparou
Veja que o senhor vai voltar
Alguns que aqui vão ficar
Longe longe do meu salvador
Amanhã se o meu Deus permitir
Levarei amensagem de fé
Visitando os nossos amigos
Esperando a volta de cristo
Subirei quando ele vier
Fazendo à-vontade de Deus
Estaremos com ele seguro
Isto é se com ele viver
Todo povo aceitando a Jesus
Outro Deus não pode adorar
Salvação só Jesus vai salvar
Aceite agora amensagem da cruz
(Pastor Antonio)
AMO VOCÊ
Eu escrevi um poema
Em forma de uma canção
Penso que sou o dono
Do seu coração
Quero que seja minha
Pelo resto da vida.
Eu desenhei o seu rosto
Na folha do papel
Por você eu transformo
O inferno no céu
E serei o seu anjo
Minha eterna querida.
Tenho a lembrança
Do teu semblante
Desejo seu beijo
Digo bobagens
E fico louco
Se não te vejo.
Ah! meu amor
Como eu amo você
Sem o teu carinho
Eu não sei mais viver.
(Vavá Freire)
AUTODEFINIÇÃO
V ivo a essência do bem
A nte a expressão do mal
N em que o santo ou profano
D etermine consciência ou loucura
I nsisto nesta árdua procura
R eaver sabedoria pra minha cura.
(José Vandir)
SONETO À INSPIRAÇÃO
Se do belo e velho sol que brilha
Um dia desses não vier a chama,
Não abalará, não deixara vazio
O coração de um sonhador que ama!
Será então só mais outro dia
Dos melancólicos e sem atração,
Mas a um amante de visão sadia
Este dia serve de inspiração.
Uma escuridão não será barreira,
Pois brilha bem forte, invencível luz
No coração de um poeta amante.
Que converterá com sua maneira
Treva em clarão que ao amor conduz
Falhas em incentivo para um ser errante!
(Thiago Cardozo)
O MEU ULTIMO POEMA
Queria que o meu último poema
Fosse raro como um suspiro
De eterna felicidade;
Que fosse puro
Como um sonho de uma criança.
Eterno...Dizendo o que é ser feliz,
Como andar sorrindo sempre,
Como se deve amar.
Queria que o meu último poema
Tivesse a voz do vento,
Que ninguém pudesse ouvi-lo,
Apenas senti-lo penetrar a alma.
Que tivesse a cor dos olhos de Deus.
Que ao soar de cada palavra
Fizesse estremecer o infinito
Os bons viverem eternamente
E os maus se despedaçarem.
Queria que o meu último poema
Fosse à última lágrima
A cair dos olhos de alguém.
Que desvendasse todos os mistérios
Da morte, da vida, do amor, do ódio.
Que fosse o fim de todos os mistérios.
Queria que o meu último poema
Fosse o próprio Deus
Voando em plumas
Acompanhado por todos os anjos.
Só não queria que o meu último poema
Fosse o fim do mundo.
(Deusimar Rodrigues)
TARDE DEMAIS
Jurei-te amor sincero e tão perfeito
Louvo-te meu Deus porque me deste
Esse amor que explode do meu peito
Essa doce "roupa" que me veste.
Me iludi, era ilusão
Todo amor que prometi
Pra você era uma simples paixão
E eu muitas loucuras cometi.
Cansada de esperar-te, enlouqueci
Hoje recordando o que perdi
Você nem ai pra isso
E eu sofrendo por esse amor submisso.
Como jurei te amar
Juro te esquecer
Por ter me feito sofrer
E por sem mim não viver
Eu vou orar por você.
(Kátia Alves)
INJUSTIFICÁVEL
Cobrei muito de meu mundo,
o que ele não pode me dar
Busquei muita doçura
Onde jamais fui procurar
Depus muita confiança
No castelo de inconstância
Erguido com água do mar
Construí meu fantasma
Procurando me afastar
Mas o fogo que reinava
Divertia-se ao me lembrar
Que meu mundo é o real
Aquele que me faz mal
E que eu tenho que habitar
Atirei no mar o fogo
Que abrigava meu olhar
Mas a água impiedosa
Prefere ter quem zombar
E me cospe pra caverna
Onde tenho que estar
(Manuela Almeida)
RELÓGIO CÓSMICO
Relógio que marca a hora
Do nascimento e da morte,
Do amor que foi embora,
Da mudança em nossa sorte,
Do trabalho e do lazer,
Do mais intenso prazer,
Que a carne sente na cama,
A hora que marca também
A hora que o sono vem,
A mulher que mais me ama.
Quero que marque e congele
A hora que ela me beija
E que jamais descongele
Já que ela é quem desejo
Me fazer homem feliz
Marque quando ela isso diz
Provando com seu carinho
Porém só marque com pressa
A hora que ela confessa
Que já vou ficar sozinho.
Marque e congele também
A hora em que canto a vida
Em que a minha alma Deus vem
Dá sua plácida guarida
E em quem o amor sinto
No complexo labirinto
Que é a vida da gente
De um grande amor bem distante
Sem o seu olhar brilhante
De paixão muito doente.
Relógio que marca a hora
Da condenação de um réu
Do romper de uma aurora
Da benção que sai do céu
Marque a hora em que esse verso
Neste papel é impresso
Que é a que estou com Deus
Marcar a hora é teu serviço,
Mas eu também faço isso
Nos tristes momentos meus.
Relógio que até marca
Nas frações do seu segundo
O inicio da menarca
E a fecundação a fundo
Do óvulo por seu parceiro
Que em sutil desespero
Vence na competição
Com milhões que muito afoito
Num prazer de único coito
Garante a procriação.
Porém jamais marcarás
A hora que Deus me fez
Disto noção não terás
Nem do dia nem do mês
Nenhuma cronologia
Somada a analogia
Disto, tem definição
A idade da humanidade
E a minha própria idade
Na essência da criação.
Como os demais eternizo
Sem principio, meio e fim
Matéria e alma analiso
Estou em deus, deus em mim
Isto não é sacrilégio
Nem tampouco privilégio
Do poeta que vos fala
Na essência do universo
Na vida estava, eu confesso
No zero da imensa escala.
Então relógio de aço
Que não marca toda hora
Percebe meu devido traço
No romper da cósmica aurora
Somos sem principio e fim
E se alguém zombar de mim
Por estranha afirmação
Veja do tempo o ponteiro
Que é relógio sem letreiro
Na hora da criação.
(Francisco Aroldo)
VIDA E MORTE
Já que temos por certo a inelutável morte,
E temos limitada e breve a nossa vida,
Não queiramos fugir à crua mão da morte
E nem ponhamos nela o tarmo desta vida.
Se pois, a vida voa e vai além da morte,
Vivemos com nobreza a lei da nossa vida;
Enquanto não nos ceifa a rija mão da morte
Vivamos bem vivida a nosa pouca vida.
E, se nos foge a vida, em face à lei da morte,
Sem o calor da crença e sem a luz da vida,
Somente sombra fica, a sombra vã da morte.
Vivamos bem vivida a nossa pouca vida;
É inexorável, pois,e fria a lei da morte,
E tão somente vale e bem vivida – a vida.
Araripe/CE., 1955
(Raimundo Elesbão)
(*Outubro/1899 – +Janeiro/1978)
MUNDO DE PRAZER
Moça eu te quero de mais
Você é minha inspiração
És minha vida, é minha paz
O pulsar do meu coração
É sentimento verdadeiro
O que eu sinto por você
Eu te entrego por inteiro
O meu mundo de prazer
Quem gosta sente desejo
Quem ama sente paixão
Meu corpo no teu colado
A minha mão na tua mão
A delícia do pecado
E a loucura do querer
Esse teu beijo molhado
Já me fez enlouquecer
Eu quero ficar só com você
Te quero bem pertinho de mim
Amar, amar ate o amanhecer
Esse nosso amor não tarar fim.
(Vavá Freire)
O AMOR COMO MALTRATA
Nessa vida de ilusão
Que tudo surge e acontece
O amor o quanto cresce
E maltrata o coração
Me atormenta a solidão
E o amor tende a crescer
E eu sozinho no sofrer
Com o amor e a paixão.
Eu suspiro a ilusão
De um dia te beijar
Sem medo te abraçar
E bem sério te dizer
Tenho na mente o saber
Da dor e o sofrimento
Meu coração em tormento
Só pensando em você.
Eu guardando meu sofrer
Minha dor e o meu pranto
Moça, se soubesse o quanto
É tão grande o meu amor
Preciso do teu calor,
Teu amor tua paixão
Eu lhe peço por favor.
Eu vivo com o temor
De não poder te amar
Um dia pra te falar
E o meu amor dizer
Tenho no peito o sofrer
O amor e o segredo
E assim guardo com medo
O meu amor por você.
Escondo meu padecer
Meu sofrer e minha dor
Eu luto contra o amor
O desejo e a paixão
Digo pro meu coração
Assim meu amor proponho
Contigo eu sempre sonho
Mas vejo que é ilusão.
(Luizvan Rodrigues)
BOM DE BRIGA
Um dia eu sair de casa
Pra uma festa em Santana
Minha cidade natal
Terra de gente bacana
Mas lê em um botequim
Eu abri um burburim
Com o filho da cigana.
A família de cigano
Na cidade a passear
O seu filho desordeiro
Na cidade a bagunçar
Nesse infeliz encontro
Foi que se deu o confronto
Começamos a brigar.
Começou o empurra-empurra
Bati com ele no chão
Dei mordida e pontapé
Quebrei até o balcão
E até hoje em minha cidade
Digo com sinceridade
Cigano não pisa não.
(Demontier Peixoto)
TEM TUDO A VER
A poesia tem tudo a ver
Com a tua dor e alegrias
Com as cores, formas, cheiros,
Com os sabores e a música do mundo.
A poesia tem tudo a ver
Com o sorriso da criança
O diálogo dos namorados
As lágrimas diante da morte
Os olhos pedindo pão.
A poesia tem tudo a ver
Com plumagem, vôo e canto
Dos pássaros
A veloz acrobacia dos peixes
As cores todas do arco-íris
O ritmo dos rios e cachoeiras
O brilho do sol e das estrelas
A explosão em verde, flores e frutos.
A poesia é só abri os olhos e ver
Tem tudo a ver com tudo.
(Yarley Rodrigues)
CONVITE A VITÓRIA
Porque acredita não ter jeito
Olhando apenas os defeitos
E nem ao menos tentou
Não reiniciou a caminhada
Por acreditar em cilada
E que a sorte lhe abandonou.
Acredite!
Porque tudo tem jeito
Mesmo com todos os defeitos
Você pode ser um vencedor
Reconhece a caminhada
Não tenha o medo como cilada
Tenha a sorte como aliada
Pra ser na vida um vencedor.
(José Vandir)
O PREÇO DA TRAIÇÃO
Judas Escariotes
Aquele que o traiu
Foi ele também apostolo
Andava com Jesus Cristo
Ele que foi separado
Judas também andava
Entre os doze discípulos.
Judas Escariotes
O filho da perdição
Foi o guia dos sacerdotes
Dos escribas e anciãos
Mas algo aconteceu
Judas também morreu
Sem Deus e sem salvação.
O preço da traição
Custou trinta moedas
Para os escribas e ancião
O Senhor foi entregue
Por Judas o traidor
Foi Jesus o Salvador
Apresentado ao Sinédrio.
Judas foi um apostolo
Que deu lugar ao inimigo
Triste foi a sua morte
Causando-lhe o suicídio
Isso é apenas a cobrança
Pelo preço da traição
Tem que pagar tudo aqui.
VOCÊ E A LUA
Sempre que olho a lua
Sua lembrança me vem
Pois a mesma beleza tua
Essa lua quer também.
Quando ilumina a rua
Me lembra você também
Pois sente inveja essa lua
Da beleza que você tem.
Por sua grandeza tamanha
Somente esse astro
Usa sua artimanha
Para chegar ao teu rastro.
Usando sua habilidade
E toda a sua delicadeza
Ela mostra, na verdade,
Tudo o que tem de beleza.
Usando todos os lados
Suas fases, que perfeição!
Ela conquista os apaixonados
Porém, jamais meu coração.
Porque este coração sofrido
Ninguém pode mais conquistar
Porque este já está vencido
Pelas luas do teu olhar.
(Francisco Adriano)
AMAR É...
Amar é eterno deslumbramento,
É entrega total, é devoção...
É um arder medonho, em chamas,
Célula a célula, o coração.
Amar é um intenso bem querer,
É um desejar profundo, sem disfarce.
É pensar em ti desde o amanhecer,
E não tê-la esquecido ainda, ao deitar-se.
Amar é, por fim, viajar num teu beijo,
Olhar pra ti e não encontrar defeito algum...
É ter direito a realizar mil desejos
E entre tantos desejos, desejar apenas um.
(Paulino)
EU
Peno incerto da minha vida
Um girassol pro poente
E a flor murcha antes de cair à noite
Não fosse uma flor
Que a noite explode
E um relâmpago que ressuma minha testa
Por alguém indiferente a lei da gravidade
Que festa! Que nada!
O som da banda
É só um complemento
Para minha ilusão
A vida que tenho é regada de ódio
A flexa anticorpórea
Se reabilita
E sai pela culatra uma poesia
Pra salvar o mundo privativo
De um poeta
Chamado
Eu!
(Antonio Hélio da Silva)